Na procura pela casa ideal, de certeza que já se deparou com este dilema: construir a sua própria casa ou remodelar a habitação atual para atender às suas necessidades. Até porque, o mercado imobiliário português tem impulsionado as famílias a considerar alternativas para conseguir a habitação perfeita.
Mas à medida que a vontade de transformar os sonhos em realidade ganha forma, surgem duas questões. Como viabilizar este investimento? E qual é a abordagem mais vantajosa: financiar projetos de construção ou de renovação? Neste artigo, exploramos essa dúvida, apresentando os dois principais tipos de financiamento: o crédito para obras e o crédito para construção. À medida que desvendamos as características e os prós e contras de cada opção, ajudamos a escolher o crédito que melhor se adequa ao seu contexto.
Quais as diferenças entre crédito para obras e crédito de construção?
Ao considerar o financiamento, é fundamental entender as diferenças entre o empréstimo destinado a obras e para a construção. Mas, para além disto, é igualmente importante conhecer os diferentes tipos de empréstimos para obras, pois cada um tem características específicas.
Crédito para obras
Tal como o nome indica, este empréstimo consiste num financiamento para a realização de obras em habitação própria permanente. Como garantia, a instituição financeira requer a hipoteca do seu imóvel.
Sendo um crédito hipotecário, em regra, as taxas de juro são mais baixas e os prazos de reembolso mais longos. Assim, poderá usufruir de prestações mais baixas.
Contudo, o empréstimo do montante não ocorre de forma total nem imediata. São feitas várias inspeções à habitação, ao longo do tempo, para averiguar o grau de acabamento da obra e libertar parcelas de financiamento de acordo com essa análise. Por isso, com este crédito terá de possuir algum valor para adiantar ao construtor as intervenções na habitação.
Para além deste crédito específico para obras, existem ainda três possibilidades de empréstimo com a mesma finalidade, que vamos conhecer de seguida.
Crédito pessoal para obras
Este é o tipo de crédito para obras mais comum, graças à sua rapidez de aprovação de (48 horas na maioria das entidades) e pela facilidade do processo, uma vez que exige menos burocracia.
Contudo, como é um financiamento mais rápido, o prazo de reembolso é menor e as taxas de juro são mais elevadas. O que resulta numa prestação mensal mais alta.
Mesmo com menos burocracia, terá sempre de entregar um orçamento, realizado por um profissional, para contratar um crédito pessoal para obras. Ou então basta apresentar um comprovativo de despesas dos materiais utilizados nas obras para determinar o montante do empréstimo. Porém, deve sempre confirmar estes critérios, pois variam segundo a instituição financeira.
Caso não queira apresentar qualquer documento, pode pedir um crédito pessoal sem finalidade. Assim, pode investir o empréstimo nas obras, da forma que pretender. Contudo, esta modalidade de crédito apresenta taxas de juro ainda mais elevadas do que o crédito pessoal com finalidade.
Os montantes a financiar neste tipo de crédito variam entre os 250 e os 50.000 euros.
Crédito habitação e obras
À partida, esta modalidade poderá ser facilmente confundida com o empréstimo para obras. Mas, o crédito habitação e obras tem a particularidade de englobar o valor da compra da casa e o montante das obras a realizar.
Este é um crédito mais elaborado e exige também como garantia a hipoteca do imóvel. Contudo, as taxas de juro são mais acessíveis e os prazos de reembolso são maiores que os 84 meses dos créditos pessoais para obras.
Contudo, tal como o empréstimo para as obras, o financiamento das intervenções é fornecido por fases e nos mesmos contornos, após vistorias regulares (com custos adicionais).
Crédito reabilitação urbana
Se o imóvel que quer renovar tem mais de 30 anos, então este poderá ser um tipo de empréstimo a considerar. O crédito de reabilitação urbana destina-se a qualquer pessoa que pretenda fazer obras numa habitação, seja permanente ou secundária, com mais de 30 anos.
Este crédito oferece-lhe diversos benefícios fiscais e ainda taxas de juros menores. No entanto, tenha em atenção, que o imóvel deve estar numa área de reabilitação urbana (ARU), nos centros históricos das cidades ou em áreas de recuperação e/ou reconversão urbanística.
Crédito para construção
Agora que já conhece as diferentes opções de crédito para obras, importa perceber as suas distinções comparativamente ao empréstimo para construção.
Tal como o nome indica, este financiamento não é destinado a obras, mas normalmente à construção de raiz de uma casa. Por norma, é considerado igualmente um crédito habitação, mas com características diferentes do empréstimo tradicional para aquisição.
Por exemplo, o crédito é disponibilizado entre três a seis tranches, à medida que a obra for avançando e forem realizadas as vistorias profissionais. Para além disto, pode também beneficiar de um período de carência de capital, que pode variar entre os 24 e 36 meses. Ou seja, durante este período vai pagar apenas os juros, o que permitirá um alívio financeiro no momento inicial do contrato.
Crédito consolidado
Além destas duas opções, existe ainda uma terceira que pode ser considerada ao pedir um crédito para obras. Mas apenas está disponível se tiver em curso outros empréstimos.
Neste caso, ao pedir financiamento para obras pode contratar diretamente uma consolidação de créditos. Ou seja, reúne todos os créditos num só e pede um valor extra para as obras que pretende fazer, juntando o novo empréstimo aos restantes que pretende consolidar.
Esta é uma solução vantajosa, porque ficará a pagar uma mensalidade única mais baixa do que a soma das prestações individuais. Além disso, ao centrar os empréstimos numa entidade financeira irá usufruir de taxas de juro mais baixas e prazos de pagamento mais alargados.
Desta forma, com esta opção poderá obter uma maior folga financeira.
Como pedir um crédito para obras?
Agora que já sabe diferenciar os dois tipos de empréstimos, importa saber o que é preciso para pedir crédito para obras. Para tal, deve apresentar os seguintes documentos:
- Documento de identificação;
- Comprovativo de morada fiscal (por norma, uma cópia da fatura da luz, água, gás ou telecomunicações é suficiente);
- Comprovativo de IBAN;
- Últimos 3 recibos de vencimento;
- Última declaração de IRS;
- Mapa de responsabilidades;
- Orçamento da obra, realizado por um profissional, ou comprovativo de despesas.
Para que o empréstimo seja aprovado, é essencial que tenha um bom historial de crédito para provar a sua capacidade financeira. A partir daí, as entidades financeiras avaliam o seu perfil, a propriedade e, mediante o crédito que tenha contratado, aprovam o pedido a partir de 24 horas úteis.
Como obter um empréstimo para projeto de construção?
O crédito para construção é um processo mais complexo que o crédito para obras. Por isso, precisa de entregar ainda mais documentos, nomeadamente:
- Documento de identificação;
- Comprovativo de morada fiscal;
- Comprovativo de IBAN;
- Últimos 3 recibos de vencimento;
- Declaração da entidade patronal que indique a situação profissional
- Projeto de Construção aprovado
- Licença de Construção
- Certidão predial do prédio já registado
- Orçamento com valor estimado para a construção.
Tal como o crédito para obras, deve também cumprir alguns requisitos base para que o empréstimo seja aprovado, como:
- Estabilidade profissional e financeira;
- Ter uma taxa de esforço baixa;
- Possuir um histórico limpo no Banco de Portugal;
Ter um montante disponível para a entrada.
Contudo, lembre-se que tanto os documentos como os requisitos diferem de entidade para entidade e variam segundo o seu perfil – por exemplo, pode necessitar de um fiador.
Como conseguir o melhor crédito?
Em primeiro lugar, para escolher entre crédito de obras hipotecário ou de construção deve analisar o imóvel para as obras e o seu objetivo com o investimento. Por exemplo, se pretende comprar um imóvel para reabilitação, talvez faça mais sentido contratar um crédito habitação e obras. Mas, por outro lado, se procura reabilitar um imóvel seu, pode optar por um crédito para obras.
Contudo, em qualquer um dos casos, deve ponderar os seguintes fatores:
- Qual o valor de que necessita para as obras? Quanto menor for o valor, menor serão os juros a pagar;
- Qual a sua taxa de esforço mensal? Este cálculo ajudará a definir o valor da prestação que consegue pagar e, assim, estabelecer o prazo de pagamento do financiamento.
Depois de analisar o imóvel e responder a estas questões, peça várias propostas. Quantas mais pedir, mais termo de comparação vai conseguir ter. E, como cada caso é um caso, deve basear-se no seu caso específico e, a partir daí, escolher tendo em consideração o seguinte:
- A TAEG / MTIC;
- Se vai optar por taxa fixa ou taxa variável;
- Os produtos obrigatórios associados ao crédito habitação;
- Qual o prazo da Euribor que deve escolher;
- O arredondamento da Euribor;
- Os seguros associados;
- As despesas associadas cobradas pelo banco (por exemplo, vistorias periódicas de especialistas).
O Senhor Forreta pode ajudá-lo na procura de propostas e comparação das várias condições, para tomar a melhor decisão relativamente ao seu crédito para obras. Para além do nosso acompanhamento personalizado, pode também recorrer ao nosso simulador de crédito de obras, de forma simples e rápida, sem sair de casa.
Encontre a opção que melhor se adequa ao seu caso com a ajuda de um especialista, como o Senhor Forreta.